O atacante Dodô está passando pelo momento mais delicado de sua carreira. Após uma série de atos de indisciplina a diretoria do Fluminense decidiu rescindir o contrato do jogador. A gota d'água foi a discussão com o técnico Cuca após ser substituído no intervalo da partida contra o Sport, no último fim de semana. Na ocasião, Dodô chegou a abandonar o estádio, mas teve de voltar mais tarde pois havia sido sorteado para fazer o exame antidoping.
Este, aliás, é outro problema que deve estar tirando o sono de Dodô. No fim do mês ele será julgado pela Côrte Arbitral do Esporte, na Suiça. O julgamento decidirá o futuro da carreira do jogador.
Aos 33 anos Dodô já admite pendurar as chuteiras no caso de uma punição. Especialistas acreditam que a absolvição é improvável, o que aumenta a chance de final de carreira. Se conseguir a absolvição, será obrigado a disputar a Série B, pois já vestiu a camisa tricolor mais de 7 vezes no Campeonato Brasileiro. Como não tem idade para o mercado europeu, o Corinthians aparece como candidato a contratá-lo. O diretor de futebol Antônio Carlos admite o interesse no jogador, mas ressalta que qualquer nogociação só acontecerá após o julgamento. Aí está o problema para Dodô.
No ano passado, após cumprir suspensão preventiva e retornar ao Botafogo, Dodô deixou claro que o mal entendido do doping havia desgastado sua relação com o clube e que não pretendia ficar. O Botafogo por sua vez, não mediu esforços para manter o ídolo. Cubriu todas as propostas, inclusive a do Fluminense, e esteve todo o tempo na imprensa reiterando que o contrato oferecido não dependia do julgamento. No caso, mesmo que fosse condenado, Dodô continuaria amparado pelo clube onde era ídolo.
Porém ele ignorou as propostas e apelos dos alvinegros e assinou com o rival das Laranjeiras. Oito meses depois, desempregado e com o futuro absolutamente incerto, não é difícil afirmar que Dodô tomou a decisão errada.