Ainda durante a
convocação do técnico Luiz Felipe Scolari, nas redes sociais já pipocavam
críticas às escolhas do comandante. Das mais óbvias, contestando a ausência de
Ronaldinho e, em menor escala, de Kaká, até as pouco prováveis, como as
ausências de Ramires e Pato, ou a presença de Luiz Gustavo. Preferências à
parte, o que Felipão evidenciou é que a Copa das Confederações será o grande
laboratório de seu trabalho e, por este motivo, a competição perfeita para
fazer apostas até certo ponto ousadas. "Fazer experiências contra equipe
com o peso de Espanha, Itália ou Uruguai?", podem questionar os críticos.
Para uma Seleção que não disputa Eliminatórias e vê a Copa do Mundo bater à
porta, é a única possibilidade de construirmos um esboço de time para a
competição principal, em 2014.
Primeiro é
preciso afirmar que Scolari não será demitido seja qual for o resultado da
competição. Salve uma eliminação na primeira fase, o treinador não convive com
uma sombra capaz de fazê-lo balançar no cargo. Considerando o pragmatismo da
CBF, sua maior ameaça está no mesmo barco: Parreira. E não me venham com esse
papo de Tite, pois estamos falando de uma confederação que faz a dança das
cadeiras há décadas! Se Zagallo já não tem condições físicas de comandar a
Seleção e Parreira é o coordenador do projeto, não dá para imaginar uma atitude
ousada de Marin e Del Nero, sucessores confessos da escola Ricardo Teixeira.
Thiago Silva será a voz de Felipão dentro do campo |
Considerando
esses fatores, temos que louvar as escolhas do Felipão. Elas apontam para algo
que Mano tentou e que todo o povo brasileiro sempre pediu: renovação. Ronaldinho
e Kaká não precisam de testes ou experiência com a camisa da Seleção, algo que
fará muito bem a jovens talentos como Oscar, Lucas, Fernando, e até mesmo
jogadores com certa idade mas sem relação com a Seleção, casos de Hernanes e Jadson. A presença de Bernard é uma tacada
certeira que pode, inclusive, mudar a escalação titular. Lucas, que não teve a
oportunidade de jogar com o técnico é outro que vai mexer com o time, deixando
nossa Seleção com uma velocidade ausente há tempos. Se algum dos ausentes
realmente poderia integrar o grupo este jogador é Ramires. Rápido, técnico, bom
marcador. Pelo que se lê na imprensa, perdeu a vaga por um vacilo em sua última
convocação, quando se apresentou com médicos do Chelsea alegando estar contundido.
Erro fatal para quem conhece Felipão.
Neymar e Lucas são esperança de muita movimentação ofensiva |
Também não sou
fã do Hulk, mas ele justificou sua presença na lista todas as vezes que foi
chamado. É trombador e pode ser útil em situações emergenciais. Entre Damião e
Pato, venceu a disputa quem é titular absoluto no seu clube, mesmo com forte
concorrência. Se Pato tem esquentado o banco para Emerson, Guerrero e até
Romarinho, Damião jamais foi reserva mesmo disputando com Forlán, Rafael Moura
e outros bons atacantes colorados. Para os críticos da convocação de Júlio César, acho a presença dele importante para um grupo jovem e um time em formação. Porém, considero Jefferson um dos mais injustiçados jogadores da atual Seleção. Além de ser o goleiro com maior número de convocações após a Copa de 2010, mantem há três anos uma regularidade impressionante para quem atua em uma equipe com tantas oscilações como o Botafogo.
Fred é o homem-gol da Seleção de Scolari |
Por fim, deixo duas escalações para
a Copa: a minha e a que acredito que Felipão vai montar.
Seleção de Felipão:
4-4-2
Julio Cesar, Daniel Alves, Thiago
Silva, Dante e Marcelo; David Luiz, Paulinho, Lucas e Oscar; Neymar e Fred.
Seleção Ideal:
4-2-3-1
Jefferson, Daniel Alves, Thiago
Silva, David Luiz e Marcelo; Paulinho, Hernanes, Lucas, Oscar e Neymar; Fred.
E pra você, qual a melhor formação para a Seleção?