22 de janeiro de 2021

O novo normal no futebol

Como a pandemia equilibrou  campeonatos e criou novos protagonistas

 
Estádios vazios, dj's no lugar de torcedores e muita falação vinda dos bancos de reservas














No início de 2020 os principais técnicos do futebol europeu defendiam uma revisão no calendário de competições. Não foram poucas as vezes que figuras como Klopp, Mourinho ou Guardiola demostraram descontentamento com a sequência desgastante de jogos oficiais e o amontoado de competições que minavam a capacidade física e, consequentemente, técnica dos craques que integram seus elencos. Mal sabiam o que aconteceria com o mundo. 

Passados 11 meses, os efeitos causados pela pandemia no bilionário mundo do futebol foram devastadores e obrigaram grandes potências a aceitarem um calendário esmagador em nome de dinheiro. Muito dinheiro. O resultado? O futebol piorou.

Ok, como entretenimento ainda temos o que comemorar. A Premier League está embolada como há anos não víamos. Na Espanha, os tropeços de Real e Barça abrem espaço para zebras históricas, como a recente eliminação da equipe de Zidane para o minúsculo Alcoyano, da terceira divisão, e a derrota de virada dos catalães para o Bilbao na Supercopa da Espanha. Na Itália a dupla de Milão voltou a ameaçar a longa hegemonia da Juve, dividindo a liderança no Calcio. Até na França, onde o bilionário PSG costumava nadar de braçada, o Lyon já ameaça tirar paz da equipe de Neymar. 

Abel Braga conduziu o Inter à liderança do campeonato, mas não fica para a próxima temporada


























No Brasil a disputa pelo título promete emoção até a última rodada, com personagens surpreendentes reivindicando protagonismo (quem diria que Abel Braga estaria na liderança do Brasileirão?), e os destaques de outrora sentindo o peso da sequência de jogos (que o digam os flamenguistas insatisfeitos com a queda de rendimento de Everton Ribeiro, até então candidato a craque do campeonato).

Europa e Brasil compartilham os efeitos do chamado "novo normal" no futebol. Na prática, os jogos foram nivelados para baixo, possibilitando que equipes medianas e até mesmo as mais limitadas possam disputar em condições de igualdade com aquelas que, em condições normais, venceriam com facilidade. Estádios vazios, dj's no lugar de torcedores, falta tempo pra treinar, para estudar os adversários, ensaiar jogadas e criar movimentações sincronizadas que costumavam definir os jogos de alto nível técnico. E, principalmente, falta descanso aos jogadores. Em suma, mais do que nunca podemos afirmar que o melhor não necessariamente irá ganhar. 



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