8 de maio de 2013

Campeão incontestável

Jefferson ergue a taça de Campeão Carioca 2013

O Botafogo venceu o Fluminense por 1 a 0 no último domingo, faturou a Taça Rio e, de quebra, levou o Campeonato Carioca sem a necessidade dos dois jogos finais. Nenhuma novidade se levarmos em consideração que o próprio alvinegro conseguiu tal feito em 2010, ano da famosa cavadinha de Loco Abreu. O que chama a atenção são as reclamações dos adversários, principalmente vascaínos e rubro-negros, que tentam a todo custo diminuir a conquista da equipe comandada por Oswaldo Oliveira. Alguns fatos devem ser considerados:

- Pergunte a um flamenguista qual o gol mais marcante em sua vida. Noves fora os torcedores da Era Zico, a maioria esmagadora responderá o gol de Petkovic, contra o Vasco, já nos acréscimos.

- Pergunte a um tricolor qual o gol que não lhe sai da memória. A resposta, não importa a idade do torcedor, será o gol de barriga de Renato, no fim do Fla-Flu de 95.

- Faça o mesmo a um vascaíno e a resposta, talvez com um pouco mais de esforço, será do gol de Cocada, em 88.

Em todos os casos, e inclua nessa lista a resposta do torcedor botafoguense que, em alguns casos citaria o gol de Maurício em 89, em outros a cavadinha de Loco Abreu, os gols aconteceram no campeonato estadual. Ora, se estamos falando de um campeonato sem importância, por que esses lances povoam a memória e o coração de tantos torcedores? Por que fazem parte da história dos quatro grande clubes e, sem dúvidas, do futebol brasileiro?

É óbvio que o Campeonato Carioca deste ano viveu grandes turbulências. Se o futebol carioca já sofria com a falta do Maracanã, o repentino fechamento do Engenhão foi a pá de cal na possibilidade do torcedor que mora no Rio de Janeiro assistir aos jogos do seu time sem o deslocamento para Volta Redonda ou Macaé. Mas não me venham com essa conversa fiada de que o "nível técnico é baixo" ou "os times pequenos são horríveis", pois essa parte não diz respeito somente à edição deste ano. E mais: só um carioca pode usar a desculpa da Libertadores, pois Vasco e Flamengo jogavam todas as suas fichas no estadual! Fracassaram. Sem desculpas ou falsas justificativas.

Em campo, tirando o bom começo rubro-negro, que chegou a despontar como possível postulante ao título, o que se viu foi o Botafogo sobrando. E, se os times pequenos são fracos, o que dizer do Flamengo derrotado para o Resende. Ou do Vasco, que acumulou quatro derrotas na Taça Rio?

O Fluminense sofreu com o martírio de conciliar duas competições importantes, viagens desgastantes e um elenco cujos principais nomes atravessam péssimos momentos físicos. Em determinado momento do campeonato, o tricolor chegou a ter Deco, Fred e Thiago Neves entregues ao departamento médico. Aliás, pouco se fala na imprensa sobre o envelhecimento do elenco tricolor. Talvez uma eliminação contra o Emelec abra as portas das Laranjeiras para que os questionamentos apareçam e criem um clima desfavorável na equipe de Abel.
Atuações de Seedorf ganharam repercussão mundial

Em campo, o Botafogo não quis saber dos problemas de seus rivais. Teve 80% de aproveitamento, alcançando 11 vitórias, 3 empates e somente uma derrota nos 15 jogos disputados. De quebra teve o melhor ataque, com 37 gols, e a defesa menos vazada, com 10 gols sofridos. Isso sem falar das atuações individuais. Seedorf, Lodeiro e Fellype Gabriel jogaram tanta bola que são favoritos ao prêmio de "Craque do Campeonato". Jefferson fez um campeonato impecável e, para muitos, carimbou o passaporte para a Copa das Confederações com a Seleção Brasileira. Aliás, Júlio César já teve sua chance e deixou escapar, como a bola alçada por Sneijder. Cavalieri, que após sair do Palmeiras perambulou sem sucesso na Europa, foi reserva de Berna até se firmar no Fluminense, não está no mesmo nível de Jefferson.

No fim, a conclusão que fica é que não importa se o Campeonato Carioca é desorganizado ou desvalorizado. Sempre será assim para quem perde. Quando se ganha, a torcida toma as ruas, faz piada com os rivais e bate no peito para dizer que seu time é o melhor do estado. E, no caso do Botafogo de Seedorf, essa afirmação é indiscutível...

Perseguido pela torcida, Rafael Marques fez o gol do título





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